Missão - O Amuleto Perdido

Era um dia comum no Acampamento Meio-Sangue, os filhos de Apolo treinavam arco-e-flecha, as filhas de Atena liam livros...Tudo como sempre. Ou melhor, nem tudo.
A Deusa Íris saía da Casa Grande ao lado de Quíron, conversando com o mesmo, sobre seu amuleto.
-Sr.Quíron, eu o perdera, e gostaria de pedir para que alguns semi-deuses trouxessem-o para mim, poderia chamar Evelyn, Nina e Billy para mim? Avise-os que os espero em alguns minutos na praia para conversarmos.
Ele assentiu e saiu dali.
Pouco tempo depois, os três semi-deuses apareciam no lugar pedido, em completo silêncio.
-Semi-deusas Evelyn, Nina e semi-deus Billy. - Íris começou a falar, andando lentamente na areia. - Perdi meu amuleto durante um passeio no Central Park, em NY, e ele é extremamente perigoso. Em mãos erradas, poderá causar o caos no mundo todo. Com milhares de pedidos de mensagem de Íris e outras coisas, não tive tempo para procurar, então peço que o façam por mim. Achem o amuleto, e serão recompensados. Aceitam a missão?
Ela olhara para os semi-deuses, esperando suas respostas.

O dia estava calmo, como a brisa num dia ensolarado. Estava voltando de meu treino contra monstros, após transformar uma harpia em pó. No dia anterior, havia sido atacada por uma dracaena na floresta atrás de minha casa, minhas flechas não funcionaram, então peguei um galho do tamanho de um bastão de beisebol e a fiz desmaiar, depois a matei. Cheguei ao acampamento com ajuda de meu amigo sátiro Ben, que me fez entrar num táxi com três velhinhas malucas e chegar aonde estou agora. Quando cheguei, logo fui reclamada por meu pai, Ares, e mandada para seu chalé. Hoje, quando acordei, decidi treinar pela primeira vez. Coloquei meu peitoral de couro e o ajeitei na minha medida, peguei minha adaga e coloquei em minha bota de combate, depois segurei firme a minha lança, presente de reclamação de Ares, e fui treinar. Ao terminar, fui andando para o chalé de Ares, mas um sátiro me impediu, disse que Quiron estava me chamando na Casa Grande. Cheguei e haviam mais dois semideuses, que também foram chamados. Quiron disse que a deusa Íris, personificação do Arco-Íris e quem manda as mensagens de Íris, estava nos chamando, eu e os dois semideuses, uma garota e um garoto, o garoto parecia esnobe e arrogante, na praia.
Fui com todos os meus equipamentos que havia levado para o treinamento, era uma missão? Eu não fazia ideia do que seria, mas que provavelmente seria perigoso, mas até divertido para uma filha de Ares. Andei sem exitar até a praia, os semideuses vinham comigo, é claro. Ao chegar lá, avisto uma mulher bonita e delicada, de cabelos loiros, andando pela praia. " Pelo meu palpite, aquela é Íris". Andei até ela, então ela começou a falar.
-Semi-deusas Evelyn, Nina e semi-deus Billy. - Quando ela começou, soube que não era uma coisa boa - Perdi meu amuleto durante um passeio no Central Park, em NY, e ele é extremamente perigoso. Em mãos erradas, poderá causar o caos no mundo todo. Com milhares de pedidos de mensagem de Íris e outras coisas, não tive tempo para procurar, então peço que o façam por mim. Achem o amuleto, e serão recompensados. Aceitam a missão?
- Bem, eu não sei vocês - Disse para os outros dois semideuses, sorrindo - Mas eu aceito
Já no meu segundo dia ganho uma missão importante, estava radiante por ser útil para os deuses.

Após Íris falar, fui a primeira a falar que iria, como era esperado de uma filha de Ares. Olhei para a garota filha da deusa que nos passara a missão, chamada de Nina, ela apenas assentiu com a cabeça, aceitando a missão. Ela não parecia uma garota tímida, mas deve ter sido a primeira vez que viu a mãe, talvez tenha ficado surpresa de sua mãe divina tê-la chamado para uma missão tão rápido. Logo depois, o filho de Zeus, chamado de Billy por Íris, olha para o céu e assovia, das nuvens, um grifo aparece de dentro de uma delas, voa até a frente de Billy e ele sobe nele. Apenas grunhi e suspirei. “Que cara metido, às vezes penso que existem pessoas mais metidas que eu mesma” pensei comigo mesma. Para a decepção do filho de Zeus e motivo de meus risos, Íris começou a falar.
-Mascotes não serão permitidas, quero que sejam discretos. – Ela deu um lindo sorriso. - Nos vemos no final da missão. Não falhem. – Então desapareceu.
Comecei a rir baixinho, mas tenho certeza que ele ouviu. O grifo dele não podia fazer parte da missão, deve ter sido como uma tapa na cara do filho de Zeus. Ele estava, eu não sei, sem expressão. A única coisa que pensei como foi meio que humilhante para ele, ele estava se achando, depois chega a Íris e estraga o prazer dele. Minha vontade na hora foi rir, mas fiquei com pena do filho de Zeus, mesmo que ele seja esnobe e um pouco arrogante, ele também é um ser vivo.
Nós três suspiramos ao mesmo tempo, o que me fez rir. Segurei forte minha lança e a girei, depois, fui à frente à caminhada até a entrada do acampamento. Olhei para os dois semideuses atrás de mim.
-O que vocês acham que nos espera em frente?

Andávamos cada vez mais rápido, estava mais ansiosa do que deveria estar. Por que lutamos? Lutamos para sobreviver, lutamos para viver, ou para fazer um favor aos nossos pais. Pensei no que Íris falou, de ser uma missão discreta; acho que ela havia comido uma flor de lótus ou algo parecido. Como alguém quer uma missão discreta com semideuses tão poderosos soltos no Central Park? É claro que seguirei as ordens da deusa e tentar ser o mais discreta possível, mas tenho quase certeza de que não será de acordo com Íris. Chegamos a Colina Meio-Sangue, olhei para frente, um monte de mato verde e gosmento, logo abaixo uma estrada asfaltada onde não passavam muitos carros. Suspirei e olhei em frente, pensando no que fazer para chegar ao nosso destino, afinal, sou a líder da missão, tenho que cumpri-la, ou receberei punições por ter falhado.
-Táxi das Irmãs Cinzentas. – Sussurrei, era o jeito mais fácil de chegar ao Central Park. - Algum de vocês tem dracmas?
- Eu tenho – Respondeu Nina, de um jeito meigo, um sorriso fofo estampado em seu rosto. Ela procurou as moedas gregas em seu bolso e me entregou, ainda sorrindo.
Descemos a colina, o silencio prevalecia no local. Não vejo como Íris queira nos juntar em um grupo, parece que vamos pegar nossas armas a qualquer minuto e lutar até a morte, fazendo um mar de sangue. O filho de Zeus, Billy, perguntou se íamos ou não chamar as Irmãs Cinzentas, de um modo arrogante e impaciente, depois, foi dando passos duros a nossa frente.
- Espera, Filho de Zeus. – Rosnei e fui indo em frente.
Cheguei à frente da estrada e saquei uma moeda de dracma, joguei no meio da estrada, ela entrou no asfalto, como se estivesse afundando. Então, observei a estrada, esperando as Irmãs Cinzentas aparecerem.

Um silencio profundo invadiu o local, com apenas o barulho das folhas das árvores, mas esperamos em vão.
-Não deu certo. - Disse Nina, suspirando, observando o asfalto onde a moeda havia entrado.
-Mas, como? - Perguntei, aflita. Olhava para os lados, procurando um sinal do táxi das Irmãs Cinzentas. Era assim que se chamava o táxi delas... Certo? Eu não tinha mais tanta certeza agora. Olhei em frente, com cara pensativa, tentando lembrar de outro modo de locomoção mágica. Silencio voltou ao local, quando o filho de Zeus resolveu falar algo, bufando.
-Evelyn, - Disse ele, revirando os olhos. Minha vontade foi de dar um soco em seu ego enorme, para que ele acorde e veja que estamos em uma missão perigosa. - Esqueceu de dizer.
-Dizer? - Nina suspirou, se sentando no chão, então me lembrei, como pude esquecer de algo tão... Tão idiota? - Ah, claro, claro. - Disse, tentando disfarçar. Nossa, por essa eu não esperava, nunca pensei que iria errar em alguma coisa. Peguei outro dracma de meu bolso, a segurei, pronta para joga-la e recitei. - Stêthi. - Gritei, em grego antigo - Ô hárma diabolês! - Logo, joguei o dracma no meio da estrada, e ela desapareceu no asfalto, como da última vez.
Passaram-se alguns minutos, então logo pensei "Não deu certo, novamente.". Meu medo era que eu estivesse certa, não queria ir andando até Manhattan, meus pés não iriam gostar. Mas, uma poça retangular mais ou menos do tamanho de uma vaga de estacionamento fundiu-se onde ela havia jogado o dracma. Então um carro irrompeu daquela coisa estranha. "Conseguimos.", pensei, aliviada.
Era um táxi cinza escuro, tinha certeza de que era o táxi das Irmãs Cinzentas. Logo, entrei no táxi, juntamente com Nina e Billy. Uma voz gravada apareceu, falando: Olá, aqui é Ganimedes, sommelier de Zeus, e quando saio para comprar vinho para o Senhor do Céus sempre ponho o cinto de segurança!
-Para onde vão? - A coisa estranha -Seria uma das irmãs do nome do táxi?- que estava no volante perguntou.
-Nova York. - Nina respondeu, animada, enquanto observava detalhadamente o local.
Então, assenti com a cabeça, decidida. Olhei pela janela, esperando o carro partir.

Entrei no táxi, logo em seguida foi Billy. Observamos Nina, esperando que ela entrasse, mas ela fechou a porta do carro e saiu, de volta para o acampamento.
-Nina! - Gritei seu nome, e levantei meu braço, tentando agarrar o da semideusa, mas já era tarde, a garota já havia ido. Quem seria a próxima pessoa que iria desistir da missão? Billy ou... Eu mesma? Não gostava nem de pensar. Quando vi, havia batido de leve no nariz do filho de Zeus, o que me deu um pequeno choque. Vendo o erro que havia cometido, tirei meu braço de cima do nariz de Billy - Desculpe-me. - Disse, de cabeça baixa - Eu sou desastrada de vez em quando.
Tentei virar o rosto, ele provavelmente estava me fuzilando com um olhar de puro ódio e desprezo. Por que não estava o encarando e sendo forte? Não podia me mostrar fraca na missão, sou a líder disso aqui, com a saída de Nina, devo ter sido mal vista por Íris. Quando ia me virar para Billy, uma voz estranha começou a falar, raivosa.
-Ponham o cinto, não temos o dia todo! - Uma das três, a sentada no canto, gritou para os semi-deuses. - E, Vespa, me dê o olho, hoje é a minha vez! - Olhei para as três "coisas estranhas e meio deformadas" que estavam presentes no táxi, brigando por um olho. Senti-me enjoada e fiz uma cara de nojo, colocando a mão em minha barriga.
-Billy, - Cheguei perto do ouvido do semideus, me encostando nele, tentando não olhar para o olho - Ela não disse olho, foi só minha imaginação, não é?
- Você sabe quem elas são? - Ele perguntou, fiz que não com a cabeça, isso me parecia familiar, mas eu não conseguia me lembrar. Billy bufou. - Vespa, Tempestade e Ira, são as Irmãs Cinzentas, e elas dividem um olho entre si.
- A que está dirigindo não está olhando pra onde vai, então? - Ele assentiu, então engoli seco. Será que depois de éons, elas conseguiriam capotar o táxi?
Ia falar algo a mais, só que fomos interrompidos. Quando pude notar, estávamos sentados no chão do carro. Fiquei com medo de que caísse no asfalto, não sei como, então me segurei no que estava mais próximo, ou seja, o sofá do táxi, me levantei e ajudei Billy a se levantar.
-Eu mandei colocarem o cinto! - Uma delas rosnou com raiva, depois foi pegar briga com as irmãs pelo olho. Viro-me para Billy, tudo aquilo era novo demais para mim.
-É sempre assim que elas agem? - Pergunto para ele, tentando não olhar para as irmãs brigando.

Antes que eu pudesse responder a pergunta feita por Billy, o táxi deu outra freada brusca. Vi a testa de Billy bater no vidro do carro e ele passar a mão no machucado.
-Droga! - Exclamou Billy, alisando sua testa.
Ri um pouco e olhei para o lado de fora. Estávamos em Nova Iorque em menos de três minutos, pensei que seria uns 20 ou 30 minutos, abri a boca, surpresa.
-Já? Que rápido. - Falei, e me levantei, agradeci as velhinhas esquisitas e puxei Billy pela mão para o lado de fora, para irmos mais rápido. - Ok, agora onde fica o Central Park por aqui?
-Não sei...Trouxe um mapa? - Perguntou ele.
-Não, eu nem sabia que... - Enfiei a mão em meu bolso, procurando por algo, e, realmente senti algo em meu bolso - Espera ai. - Comecei a tirar as coisas que tinham no meu bolso, fiquei surpresa com a quantidade;Uma caneta do AMS, três bolinhos sem glúten, alguns dracmas e..Um mapa. Um mapa gigante de Nova Iorque. O que achei ainda mais estranho foi a ovelha com a pelagem de arco-íris e em cima um arco-íris de verdade, brilhante. Dou um sorriso confiante. - Bom, acho que temos um mapa.
Minha atenção foi atraída por uma barraquinha de cachorros-quentes que estava passando, eu sou uma tipica novaiorquina, não posso voltar pra minha cidade sem comer um cachorro-quente. Puxei Billy pela mão e corri um pouco para chegar na barraquinha, então pedi meu cachorro-quente. Depois que fiz meu pedido, decidi perguntar uma coisa para o moço da barraquinha.
-Érrr... Moço, o senhor sabe qual é a maneira mais rápida de chegar no Central Park? - Perguntei ao vendedor, fiquei olhando para ele, esperando uma resposta.

Consegui tirar seu joelho, sorri e pulei para trás, mas fui surpreendida pelo minotauro, que segurou meus pés e pegou minha lança, logo depois ele cutucou minha barriga. Fiquei com raiva, muita raiva mesmo, então com um golpe, tirei a lança de sua mão e fiz uma careta. Mas o minotauro não era burro, ele começou a apertar-me e eu gritei alto, com um pouco de dor. Olhei para o minotauro com raiva, minha raiva começou a aumentar, segurei a minha lança com raiva e procurei seu dedão. Enfiei a lança bem fundo e girei para o lado, tentando tirar o dedo, a raiva me fazia mais forte, podia sentir o ódio fluindo em minhas veias. Levei minha mão para a minha bota de combate e peguei a minha adaga rapidamente. Tudo estava tão rápido que não pensei direito e joguei a adaga em direção ao peito do minotauro e tentei me soltar com todas as minhas forças, enfiando a lança por toda a mão do minotauro e me defendendo de seus golpes. Dependia apenas de mim para sobreviver, e se depender de minha raiva e ódio, vou sobreviver e ainda vou pegar o maldito amuleto da deusa Íris.

Spoiler:

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